quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Um adeus em setembro


Quebrou-se a máquina azul do tempo
a que por vezes trazia
por dentro das metáforas
as folhas de Setembro.
Não resta mais do que melancolia.
Os anjos não descem das árvores
nem há duendes nos minutos.
As aves de arribação começam a partir
e deixam nas névoas da manhã
as últimas penas do Verão.

Manuel Alegre, "Elegia de Setembro" in Bairro Ocidental

13 comentários:

Lídia Borges disse...

Entardecido canto e, talvez por isso mesmo, belo!

"Os anjos não descem das árvores"

Construir uma escada com degraus de memória, quiçá!

Bj.

Anna disse...

Sim, Lídia, só os degraus da memória nos elevam a todas as alturas...
Tão profundamente belo, este poema de Alegre...

Beijos, muitos.

Majo disse...

~~~
~ Não conhecia este excelente poema!

~~~~~ Gratíssima pela pertilha.

~~~~~~~~ Beijinho. ~~~~~~~~~~~~

Anna disse...

Obrigada, Majo :)

Beijinho

Mar Arável disse...

O poeta em todos os seus degraus
sem apeadeiros

Anna disse...

Grata pelo convite, Ana.
Passarei, sim.

Abraço

Anna disse...

O maravilhoso Alegre...

Abraço, Eufrázio.

Anna disse...

Grata, António Batalha.
Devolverei a visita. Votos retribuídos :)

Anónimo disse...

Este blog fez anos e nem uma palavrinha? Nada? Nada? Nadinha?

Anónimo disse...

Ó Anna, vá lá visitar o Batalha...

ORPHEU disse...

Um Adeus há tempo demais. Esperamos que não seja para sempre.

Jaime Portela disse...

Uma excelente escolha poética.
Tenha um bom fim de semana, querida amiga Anna.
Abraço.

Anna disse...

Grata, Jaime :)

Abraço retribuído!