Como é que eu,
ouvindo tão mal, distingo
o teu andar desde o princípio do corredor?
Como é que eu,
vendo tão pouco, sei
que és tu que chegas, conforme a luz?
Como é que eu,
de mãos tão ásperas, desenho
a tua cara mesmo tão longe dela?
Onde está
tudo o que sei de ti
sem nunca ter aprendido nada?
Serei ainda capaz
de descobrir a palavra
que larga o teu rasto na janela?
(Que seria de nós
se nos roubassem os pontos de interrogação?)
ouvindo tão mal, distingo
o teu andar desde o princípio do corredor?
Como é que eu,
vendo tão pouco, sei
que és tu que chegas, conforme a luz?
Como é que eu,
de mãos tão ásperas, desenho
a tua cara mesmo tão longe dela?
Onde está
tudo o que sei de ti
sem nunca ter aprendido nada?
Serei ainda capaz
de descobrir a palavra
que larga o teu rasto na janela?
(Que seria de nós
se nos roubassem os pontos de interrogação?)
Mário Castrim, in Os Dias do Amor
4 comentários:
grande Mário Castrim...
ensinou muita gente a ver televisão!
e iniciou muitos jovens na escrita no suplemento "Juvenil" do Diário de Lisboa.
beijo
Partilhei pessoalmente algumas interrogações
Boa partilha
Beijo, Herético.
Grata pela visita :)
Obrigada, Eufrázio :)
Beijo
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