sábado, 22 de junho de 2013

Pássaros azuis


Amachuco o azul com toda a força
até ser feliz. E beijo a minha própria boca
com as tuas palavras, frutos de uma paixão
que nunca me separou do fogo, mesmo quando
as minhas mãos alisam a pele do mar
para dentro de ti encurtar a distância
que me separa já da juventude.
O azul é assim. Um fruto mágico
das árvores do sol, que alimenta e enlouquece
os pássaros do amor, esses mensageiros
dos versos que te escrevo quando
é insuportável a dor da tua ausência.

Joaquim Pessoa, "Poema Septuagésimo Nono" in Guardar o Fogo 

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